O Messico jogou contra a Alemanha todo o futebol que os argentinos esperam de sua seleção e de seu maior astro. Nos contra-ataques, os mexicanos aceleraram como se estivessem a bordo de um Audi e os alemães como se puxassem o freio de mão de uma Mercedes.
Para efeito de comparação: Copa do Mundo de futebol é o evento mais importante ... do mundo. Em 1942, não houve Copa porque Hitler, somente por isso, não queria concorrência para os seus ataques aéreos, marítimos e terrestres. A defesa adversária estaria desprotegida, mas os soldados alemães grudariam o ouvido no radinho e adeus guerra. Toda vez que o locutor gritasse “gol da Alemanha”, seus soldados encheriam os canos da artilharia com fogos de artifício e fariam um carnaval no céu. O Kaiser não iria submeter sua guerra à vergonha dos tiros de festim.
Em 1946, também não houve Copa, mas aí já não mais por culpa de Hitler, mas de seus inimigos. Os alemães não dispunham de onze soldados para o jogo de futebol e Copa sem – gol da - Alemanha não tem a menor graça.
Mesmo os extraterrestres ficariam decepcionados se visitassem ou invadissem a Terra durante a Copa do Mundo. Em caso de visita, talvez ganhassem um ingresso para o jogo da Arábia Saudita contra o Egito; em caso de invasão, se respeitassem o futebol, poderiam assistir à final. Pegar ou largar. Camarote não, sem chance. E se assumirem o compromisso de irem embora logo depois do apito final da final da Copa? Aí, quem sabe.
No campo de jogo, um bom resumo da Copa até agora, fechada a primeira rodada (todos já jogaram pelo menos uma vez), é que a anfitriã, a Rússia, que já jogou duas partidas, é a grande favorita.
Sapecou um fabuloso cinco a zero na rica Arábia Saudita e um três a um prático no milenar Egito.
E não me venha dizer que você não sabia que os sauditas e os egípcios formam as novas escolas do futebol. Desmerecer os resultados da Rússia só porque você desconhece o futebol praticado no Norte da África e do outro lado do Mar Vermelho, no comecinho, para os africanos, da Ásia, é de uma ignorância atroz.
Vamos, Allez, Rússia!
Apesar de não ser a favoritaça do pedaço, não podemos nos esquecer da Islândia. Os homens que vieram do gelo nadaram de braçada contra o frio Messi e os outros jogadores argentinos. São dez hermanos pretendendo passar uma bola, às vezes uma somente por todo o jogo, e ver se Messi resolve. Os juízes terão que autorizar o uso das mãos para que os parças levem a bola
até ele. Com os pés, eu não acredito. Receber, dominar e passar sem o uso das mãos, creio, é exigir muito de Di Maria, Dybala e Dinada. Autorizada a irregularidade e nem assim a bola chegar nele, o jeito é botá-la numa sacola e entregar como se fosse uma compra. Delivery. Vai, Messi! Não é possível que não consigam. Os argentinos são bons no rúgbi.
Não é sexualmente aceitável nem agradável forçar os argentinos a gozarem com o peru dos outros: Messico, Messico, Messico...
Mas o jogo da Islândia é pragmático. Fazem bastante jogo aéreo, pois são altos, trocam muitos passes, não fogem do corpo a corpo e até usam a bola de vez em quando, em arremates ao gol. Não tem muita gente fazendo esse basiquinho na Copa, não.
Tampouco dá para descartar Senegal do rol dos favoritos. O time de Mané, Mané, Mané e os outros oito foi uma bela surpresa na rodada inicial. Pegou a gostosa Polônia (todo mundo que pretende guerrear na Europa, começa pela Polônia) de surpresa, fez dois a zero e controlou o jogo até a final. Mesmo o golzinho que tomou não passou de um consolo permitido pelo invasor africano.
O super atacante Lewandowski e as outras estrelas polonesas correram e correram atrás da bola, sempre protegida e ora passada em velocidade pelos talentosos negros senegaleses.
Se Senegal não levar esta Copa, será uma imensa surpresa para mim.
A não ser que perca a final para o México.
O Messico jogou contra a Alemanha todo o futebol que os argentinos esperam de sua seleção e de seu maior astro. Nos contra-ataques, os mexicanos aceleraram como se estivessem a bordo de um Audi e os alemães como se puxassem o freio de mão de uma Mercedes.
O México está salvando a honra das Américas. Ao invés de Brasil, Argentina e Uruguai passarem o segredo da bola para Peru, Panamá e Costa Rica, parece que todos os americanos resolveram jogar no nível do Panamá. Todos, menos o México.
Não estivessem jogando a Rússia, a Islândia e Senegal e a Copa já teria um grande favorito: o México. Pensando como americano, é nossa maior esperança.
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